Ei! Tá sentindo esse cheirinho? Esse, isso, esse aí. Sentiu? Fecha então seus olhos e tenta ver. Não - ver não - sentir. Sim, o cheiro do Natal. Já percebeu que essa época tem cheiro? Não? Mas então puxa pela memória... Rabanada, bolo de nozes, o que mais? Biscoitos, pães de mel, lembrou? Agora veja o som, a textura, as imagens do Natal. É muita riqueza em apenas uma época do ano, não acha não? Porque o Natal é “apenas” uma festividade, mas que está presente, todos os anos, por mais de um mês em nossas vidas! Luzes para cá, jingles para lá, casas que se enfeitam e festas que acontecem. Ah o Natal... Ele nos abraça e não tem como escapar. Virou os olhos, pumba, você já dá de cara com uma árvore montada. Virou a esquina, pah, luzes natalinas piscando para você. Fico só imaginando se alguém - nesta terra de meu Deus - não aprecia o Natal. Puxa vida, não terá como fugir! Até se for se meter lá no Polo Norte, vichi, dará de cara com o Papai Noel! O melhor a fazer é relaxar gostosamente nesta vibe natalina e curtir cada luzinha que se acende.
Lembro bem como eram meus Natais naquela época... Alguns meses antes, chamávamos uma costureira para fazer o vestido da noite do dia 24! Primeiro passávamos na Cinerama. Aí escolhia o modelo. Chegava o dia da prova, do corte e da costura. Dona “Gertrudes”, a costureira, aliás, não me recordo o nome dela... chegava cedo em casa cheia de apetrechos, agulhas, linhas, botões e muita disposição! Tinha que preparar três vestidos: o meu, o da minha irmã e da minha mãe. Então corria para a máquina de costura Singer e passava o dia inteirinho por lá. Escutávamos aquele barulhinho do pedal e da costura acontecendo ininterruptamente... O ápice daquela "visita" era o almoço com dona Gertrudes falando baixinho sobre amenidades e aviamentos. Pois é, meu Natal tinha dessas coisas! Também me recordo bem de outra prova de roupa que fazia nesta época do ano. Experimentávamos fantasias para representar o Presépio na igreja da minha tia. Adorava este evento, mas tinha uma peninha danada de nunca ter sido Maria... Era pequena demais para este papel. Em geral, eu e minha irmã, éramos os bichinhos na cena do Presépio ou os anjinhos que apareciam pelo nascimento de Jesus... Era tudo muito bucólico e divertido com tantos primos a nossa volta.
Aí fui crescendo e o Natal não ficou menos empolgante! Deixei de lado as crenças próprias da infância para aprender os tão famosos e apreciados quitutes familiares de Natal! E cada família tem os seus, já repararam? Lá na minha casa gostamos muito de rabanadas, mas a estrela natalina é o bolo de nozes! Cada um tem direito a um pedaço. Depois outro, e aí outro, e outro... Só não vale levar para casa. Em geral minha mãe congela o que sobrou para um próximo encontro familiar. O bolo de nozes congelado fica ainda melhor e todos torcem para que o evento seguinte não demore para chegar. Primeiro era minha avó que fazia o bolo. Depois passou para minha mãe. Hoje em dia, eu e minha irmã, fazemos. Incrível como uma receita antiga ou familiar é passada de geração para geração sem ao menos haver um único combinado oficial. Sim, ninguém fala sobre isso, naturalmente o bastão é passado como em uma corrida de revezamento, na medida do desenrolar dos anos que se vão... Imagino eu que chegou um dia em que minha avó falou timidamente que “não sabia se iria fazer o bolo naquele ano”. Aí minha mãe se surpreendeu e logo se ofereceu então para fazer. Assim que a matriarca aceitou a sugestão, pronto, deu-se o rito de passagem. Imagino eu também que minha mãe um dia chegou e nos perguntou: "quem fará o bolo de nozes deste Natal?" Foi uma de nós se prontificar que, sim, a receita era passada para a próxima geração como num piscar de olhos saberetas. A receita antiga, a receita festiva, tradicional e natalina é como o próprio Natal. Perdura, abraça, envolve e jamais é esquecida. Não há como escapar! Aliás... tá pintando um cheirinho de Natal por aí?
E assim termina este pequeno texto contando um singelo momento chamado... Hygge!
Luciana Corrêa – Mixing Things with Love
Receita do Bolo de Chocolate com frutas da Nigella Lawson
Receita deliciosa, bem bem natalina, fácil de se fazer. Anota aí!
Ingredientes:
350g de ameixas secas cortadas
250g de passas escuras
125g de corinto (pode substituir por damasco)
175g de manteiga sem sal
1 e 1/3 de xícara de açúcar mascavo
175ml de mel
125ml de licor de café
Suco de 2 laranjas peras
2 colheres de sopa de cacau
3 ovos batidos
1 e 1/3 de xícara de farinha de trigo
75g de amêndoas (farinha ou trituradas)
½ colher de chá de fermento em pó
½ colher de chá de bicarbonato de sódio
Modo de Fazer:
Pré-aqueça o forno a 150 graus Celsius.
Coloque as frutas picadas, a manteiga, o açúcar, o mel, o licor, o suco de laranja e o cacau em uma panela e deixe ferver por 10 minutos. Retire do forno e deixe amornar por 30 minutos. Adicione os ovos batidos, as farinhas, o bicarbonato e o fermento. Misture tudo e coloque em uma forma de 25 cm por aproximadamente 50 minutos. Forre a forma com papel manteiga.
Assista também o vídeo da receita!
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Luciana Corrêa - Mixing things with Love
"porque adoramos misturar de tudo um pouco"
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