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Luciana Corrêa

Olá casa nova!❤

Atualizado: 24 de mai. de 2021



Sem que fosse algo tão perceptível, sem nunca ter tido uma data prevista ou um plano em mente, sem que estivesse em nossos desejos mais profundos, aquilo aconteceu de fato e senti como se estivesse entrado pela primeira vez em minha própria casa. Esta agora era diferente da anterior, habitávamos com verdadeira intensidade, convivíamos diariamente com tudo, com cada detalhe dela e com todos que lá pertenciam. Que esquisito visitar pela primeira vez a minha própria casa. Olá casa nova! Agora ela tinha vida, tinha gente, tinha demanda, nada dela foi polpada, nenhum cantinho passou desapercebido. Que susto a encontrar todos os dias de maneira tão escancarada. E ela nos serviu de todas as maneiras como a nos dizer usem e abusem, me explorem de outras maneiras, interajam uns com os outros por todos os cômodos onde, por ventura, estiverem. Abrirei janelas e vocês ouvirão o ranger delas em muitas manhãs. As portas imprevidentes, vez ou outra, baterão forte com a ventania das tardes outonais. Não se assustem se acaso ouvirem algum estranho barulho, poderá ser uma chaleira a apitar, uma máquina a bater, um ventilador a rodopiar ou um lençol a se esticar. Não se entristeçam pelo limite que os impus, mas aqui dentro muito há o que se viver, o que se fazer; e daqui de dentro poderão ver o mundo sob um outro olhar.



E foi desta maneira que o ano passou dentro da minha casa nova, quando pela primeira vez a vi com um olhar mais atento. Em alguns momentos algo sombrio me falava dos limites impostos por ela, pela atual situação e por tudo que ocorria a nossa volta nos fazendo puro desassossego e melancolia... Em outros momentos, minha casa me convidava ao repouso, ao encontro maior com a família, ao olhar mais para mim mesma, ao procurar em cada canto algo a ser explorado. A sala virou escritório, os quartos viraram sala de aula, a cozinha virou atelier, virou clube virtual, o jardim foi mais visitado, os vizinhos foram mais notados e nós também por eles... A casa foi refúgio, foi proteção e abrigo. Se por acaso, alhures, não era um lar porque não era visto ou vivido como tal, porque não havia afeto ou gratidão, por que tantas vezes só de relance passamos por ele, agora se alargava gostosamente em nossas vidas. O cafezinho com bolo foi algo mais corriqueiro, os almoços em família e sessões televisivas tornaram-se habituais. Tudo mudou dentro da minha casa nova, não sei se foi porque ela era nova ou se fazia de nova para me agradar!



Mas havia algo mais novo do que minha própria casa, algo que soava silenciosamente aos nossos ouvidos, que nos rondava com carinho e persistência, com respeito e mansidão. Não se falava disso em bom tom, não se notava nas conversas entre amigos, nem tão pouco ousávamos mencionar aos nossos próprios pensamentos. Havia algo que de relance nos induzia a nos reinventar, nos atiçava com novas ideias, nos envolvia em ondas de entusiasmos e esperança. Havia algo nos procurando a todos em suas casas novas, promovendo atitudes diferentes, sugerindo alterações de rotas, nos levando a repensar caminhos... Este encontro maior conosco ou com nossos familiares, estes cafezinhos mais frequentes nos convidando a usufruir mais de Hygge em nossas novas vidas, soavam pela primeira vez ao pé de nossos ouvidos. E porque divagar sobre tudo isso se nada disso foi falado, se nenhum murmúrio sequer foi ouvido, se foi algo que somente bateu em cada um dos corações que viveram tempos como estes? Nem eu saberia dizer ao certo..., mas alguma coisa aqui dentro quis falar sobre alguma coisa aí fora que aconteceu e acontece na atualidade.



E assim termina este pequeno texto contando um singelo momento chamado... Hygge!

Luciana Corrêa – Mixing Things with Love


"Faz da tua casa uma festa! Ouve música, canta, dança... Faz da tua casa um templo! Reza, ora, medita, pede, agradece... Faz da tua casa uma escola! Lê, escreve, desenha, pinta, estuda, aprende, ensina... Faz da tua casa uma loja! Limpa, arruma, organiza, decora, muda de lugar, separa para doar... Faz da tua casa um restaurante! Cozinha, prova, cria, cultiva, planta...

Enfim... Faz da tua casa Um local criativo de amor."

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