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  • Luciana Corrêa

Minhas mãos ❤

Atualizado: 5 de ago. de 2023



Minhas mãos...


Extensões preciosas de meus braços, quase posso senti-las aquecidas, movendo-se agilmente.


Elas empurram, pressionam, rodopiam e apoiam; são delicadas ou rápidas, são firmes ou ágeis dependendo para quê.


Fazem a vez de instrumentos ultra específicos, nunca se cansam de terem amassado, carregado e ajeitado inúmeras vezes, tantas quantas foram requisitadas.


Nunca as ouvi ecoarem o menor sinal para que parasse, para que suspendesse, para desistir do que estava fazendo.


Não, elas não!


Parceiras sem nunca terem me deixado na mão, posso até ouvir na acústica de meus pensamentos que o meu trabalho, aquele de fazer bolos, abrir ovos e misturar de tudo um pouco, este, caia como uma luva em torno delas, não as fatigava e não as entristecia jamais.


Agora elas ainda fazem mais, elas escrevem, misturam de tudo um pouco, digitam aquilo que recebem da acústica de meu ser!


Ah minhas mãos...


Teclar algumas palavras em uma tela em branco, deixando escoar no papel imaginário frases soltas e compor com elas, ou através delas, um texto qualquer.


Revisitá-lo amiúde e então possivelmente aprová-lo, depois pedir para alguns lerem e, pelo olhar alheio, sentir que sim, poderia ir adiante.


Aí ter a ousadia de montar um blog, postar regularmente e, com a mais plena cara de paisagem: contar histórias, passagens e momentos vividos.


Nada disso me intimidou a princípio, nem o fato de não ser uma escritora...


Pois é...


Foi como se fechasse os olhos para o mundo, os abrindo para algo particular.


Segui minha intuição e só ela me guiou.


“Escreva!”


Às vezes é assim que acontece comigo.


Mais ou menos como naquele dia que me chamaram para entrar, pela primeira vez, em uma montanha-russa às escuras.


Não sabia o que ia encontrar, só sabia que iria ser às cegas.


O mais completo breu se apresentou me convidando a fechar meus olhos e abri-los para as emoções.


Puxa vida e foram tantas que quase não cabiam no meu gogó!


Virava de cá, depois rodopiava de lá, aí caia verticalmente, “meus Deus do céu, socorro”...


Depois subia, subia e subia!


Meu corpo e meus olhos não sabiam o que ia acontecer no segundo seguinte, como se virasse uma esquina e não soubesse o que iria encontrar.


Meus lábios só queriam gritar e sorrir ao mesmo tempo, minhas mãos tremiam e suavam e dos meus olhos pulavam lágrimas salgadas.


Louca essa sensação de nada saber, mas mesmo assim topar ir; nada ver e da mesma maneira querer experimentar; nada entender nem, ao menos, se tentar compreender...


Pois é, a vida as vezes é assim, não dá para seguir só o que nossos olhos veem!



Luciana Corrêa - Mixing things with Love


"porque adoramos misturar de tudo um pouco"

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